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Como motivar equipes em tempos de crise?


Opinião ExecutivaTS 229 10 de junho de 2022 | Por: Portal TS
Como motivar equipes em tempos de crise?

 

João Baptista Brandão

Professor e coordenador de MBA, na Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da FGV, é consultor, conferencista e coach. Também é autor do livro ‘Gestão Estratégica de Recursos Humanos’, Ed. FGVOnline.*

 

 

Especialista oferece dicas para manter o moral do time quando as situações não estão boas

 

Para encaminharmos algumas ideias, precisamos escolher uma definição para a palavra crise. Dentre as inúmeras possibilidades, uma delas seria entendê-la como ato de separar, uma descontinuidade. Assim, uma crise deixa para trás uma situação, passa por uma transição e desemboca em um novo contexto, algo como fechar um ciclo e abrir outro. Então, frente à crise, podemos imaginar três possibilidades: ganhar tempo, esperando a turbulência passar; ficar resmungando e tentando achar um culpado; e fazer alguma coisa. 

Ganhar tempo, imaginando futuramente retomar as coisas do ponto anterior pode ser um tiro no pé. A concorrência poderá aprender alguma coisa com isso e quando as coisas melhorarem… 

“Ficar resmungando é morte anunciada. Já ‘fazer alguma coisa’ pode ser saudável.”

Normalmente, crise econômica significa ausência de recursos. Por outro lado, é reconhecido que a abundância não ensina ou não ensina tanto; mas a escassez sim, e ensina muito. Podemos, então, considerar que a crise é uma travessia para algo melhor e pode representar uma oportunidade para atacarmos ineficiências. Entretanto, nessa travessia, a motivação das equipes pode ficar muito abalada. 

Existe um melhor jeito de demitir?

Se descrevermos o que não deve ser feito, talvez possamos inferir algumas hipóteses do que fazer. Para motivar equipes em tempos de crise não devemos: fazer cortes lineares, algo como ‘vamos cortar 20% da mão de obra’; alardear que ‘vamos fazer mais com menos’; promover desligamentos a conta gotas; cortar programas que remetem ao futuro – como de trainees ou treinamentos. A lista pode ficar enorme.

Em contrapartida, caso haja necessidade, é preciso rever os processos e, a partir disso, definir os cortes de pessoal. Logo em seguida, iniciar o envolvimento das equipes buscando ganhar eficiência. Ao incentivar a melhoria de processos, é preciso propor simplesmente o fazer melhor – experiências anteriores, como ‘fazer mais com menos’, levaram a sobrecargas de atividades para quem ficou.

Também é indispensável planejar os desligamentos, comunicar de forma respeitosa e ‘fazer tudo de uma vez’, garantindo aos que ficaram que ‘acabou aí’. Se não puder assegurar isso, não prometa; seja o mais franco possível.

O que fazer

O processo de motivar equipes em tempos de crise se resume a: oferecer às pessoas uma mensagem prática de que a organização tem comando, de que as escolhas e decisões estão sendo compartilhadas, de que todos estão aprendendo com as dificuldades e, principalmente, de que os vínculos de confiança estão sendo construídos ou fortalecidos.

Confiança tem a ver com o caráter de alguém, mas remete também à ideia de previsibilidade – algo que se consegue prever. Em tempos de crise, e não só neles, imaginar a possibilidade futura é uma força poderosíssima para manter as pessoas envolvidas e otimistas. E talvez seja isso o que mais motive em momentos de crise.

 

*Este artigo foi originalmente publicado no: blog.lg.com.br 

 

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