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Sujidade na pintura | Tormento permanente


Sujidade na pintura | Tormento permanente
 
Consultor, Eritram Coatings
 

O presente artigo é uma republicação da Orientação Técnica (o original foi publicado na Revista Tratamento de Superfície, edição 78, julho/agosto de 1996, páginas  55 e 56.

 

Mesmo quando nos referimos à linhas de pintura que empregam tecnologias de ponta, como as existentes em algumas plantas de pintura de carrocerias automotivas, as quais dispõem de salas limpas tipo classe 100, considerada como o que é de mais moderno no mundo para esta atividade, a sujeira depositada no filme de tinta, consiste no maior número de rejeições e retrabalhos registrados no final da linha. Nelas existe inclusive atualmente, um setor de pequenos reparos na pintura, chamada de Finesse que eliminam uma grande parte destes defeitos. São empregadas técnicas especiais tais como um leve polimento utilizando lixas com fina granulometria e polidores altamente eficientes que eliminam os defeito sem causar prejuízos ao filme do verniz de acabamento. Outras técnicas utilizadas saíram do aprimoramento de trabalhos quase artesanais, como pequenas lâminas que cortam o ponto de sujeira seguida também de leve polimento que elimina definitivamente o defeito.

O fabricantes de equipamentos, tintas e também estas empresas, vem alocando enormes recursos no sentido de diminuir as incidência deste defeito que varia em maior ou menor grau de casa para caso. Estes estudos se revestem de tanta complexidade chegando ao ponto de sugerir aos planejadores das industriais automobilísticas pra iniciar os estudos de construção das novas unidades produtivas, pela melhor localização do setor de pintura, evitando assim um posição que possa favorecer a captação de poeira ou ainda a pouca capacidade de exaustão das emissões geradas. Mesmo com todos estes zelos recomendamos aos nossos leitores que já têm a sua linha de produção, atenção especial às seguintes variáveis no seu processo:

- Sujeira nas Peças:

A pré-limpeza do objeto a pintar, será vital para não contaminar toda a instalação, além de não sobrecarregar os estágios de desengranxe e fosfatização, o que resultará em aumento no consumo dos produtos químicos e energia.

- Sujeira na Tinta:

Apesar dos modernos sistemas de filtragem empregados nas etapas de fabricação das tintas, resíduos poderão existir, muitos deles provenientes das embalagens. Também deve-se ter atenção para não usar produtos com prazo de validade vencido, com excessiva formação de fundo ou pele, o que resultará na proliferação de resíduos por toda a instalação de pintura. Homogenizar o produto pelo mínimo por quinze minutos é fundamental para o bom desempenho dele. A diluição é uma outra causa na formação de sujeira, pois pode causar choque entre tinta e diluente, formando grumos e início da quebra de dispersão dos pigmentos. Escolher o tipo correto de solvente para esta diluição é fundamental para não desbalancear toda a formulação. Em alguns casos os fabricantes já comercializam o produto final com viscosidades próximas à de aplicação, afim de evitar esta operação que causa tantos transtornos e desentendimentos entre os técnicos. Após a preparação da tinta temos o contínuo bombeamento dela e mais a asperssão final o que pode em alguns casos fazer aparecer sujeiras na peça ou algum outro defeito de aparência no produto final. Um sistema de filtragem contínuo antes que a tinta siga para a cabine de pintura é altamente recomendável.

- Revolver de Pintura e Ar de Atomização:

Revólveres de pintura imersos em solvente de limpeza, geralmente acabam ficando impregnados e sujos. Mantê-los limpos e regulados facilitará o trabalho e diminuirá retrabalhos. A pureza do ar de atomização é sem dúvida a uma das partes mais importante em todo o processo. Grandes investimentos são feitos no sentido de se obter ar limpo e seco que serão utilizados nos equipamentos de pintura e cabines. Os filtros de captação de ar e os de exaustão deverão ser mantidos limpos e rotineiramente trocados assegurando assim ar limpo dentro da cabine. Excessiva pressão de ar nos revolveres, provocará empoeiramento e over-spray, acumulando resíduos nas paredes das cabines que resultam depois em mais defeitos na pintura.

- Cabines e Pipe-Lines:

Recomenda-se utilizar aço inox nas tubulações e dutos, eliminando a ferrugem que causa muita sujeira nas peças. Todas as portas de acesso à cabine deverão ser mantidas fechadas, mantendo baixa contaminação de ar além de ter-se uma cabine corretamente balanceada. Isto será importante para evitará que o ar de exaustão seja puxado das áreas externas o qual na maioria das vezes carrega pó dos setores de preparação e lixamento das peças. Os pintores deverão estar uniformizados convenientemente afim de os proteger dos resíduos de tinta e dos seus vapores, de uma maneira cômoda e mantendoa temperatura do corpo normal. Algumas destas vestimentas são feitas de tecido antiestático além de estarem impregnadas com produtos que evitam soltar fiapos para não trazer mais sujeira à cabine de pintura.

-Transportadores:

Sem dúvida um dos grandes inimigos de uma pintura sem sujeira, são os transportadores mal projetados e mantidos. Quanto corretamente instalados, os mesmos devem ser contemplados com um bom plano de limpeza, manutenção e lubrificação compatível com o tipo de tinta e processo utilizado.

- Área de Trabalho:

O setor de pintura deverá ter a mesma atenção na limpeza que a sala do diretor ou a recepção de sua empresa - ou ainda melhor. Existem companhias especializadas na limpeza técnica as quais executam com muita eficiência este trabalho. No entanto cabe também conscientizar a todos que trabalham ou circulam na área sobre a sua contribuição com a limpeza do setor o que garantirá um trabalho sem estes defeitos.

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