icone Linkedinicone Facebookicone Instagramicone youtube

Prévia do PIB do Banco Central sinaliza retomada, mas o Brasil precisa de um regime tributário melhor

 Dirigente da FIESP/CIESP defende juros equilibrados, reformas e política industrial

FIESP | CIESP 15 de junho de 2021 | Por: Portal TS
Prévia do PIB do Banco Central sinaliza retomada, mas o Brasil precisa de um regime tributário melhor

Prévia do PIB do Banco Central sinaliza retomada, mas o Brasil precisa de um regime tributário melhor, juros que não inibam investimentos e uma política industrial que eleve a renda média.

Rafael Cervone, vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP/CIESP), observa que deve ser analisado com moderado otimismo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (14/06), indicando crescimento de 0,44% em abril ante março de 2021, de 15,92% em relação ao mesmo mês de 2020 e de 4,77% no acumulado do quadrimestre.

"É preciso avaliar com equilíbrio esses dados, para que o Brasil adote as melhores estratégias para a retomada do crescimento", pondera.

Cervone ressalta serem mais expressivos os indicadores referentes ao avanço em abril frente ao mês anterior e ao acumulado do ano, pois a expansão relativa ao mesmo mês do ano passado dá-se sobre uma base muito negativa, ou seja, o grande impacto da eclosão da Covid-19, que derrubou a economia em 2020. "Os dados de 2021 sinalizam que, após a segunda onda da pandemia, nossa economia começa a se recuperar", acentua, afirmando que "cabe agora muito critério e bom senso para mantermos o ritmo da retomada".

Um dos aspectos importantes, segundo Cervone, é a calibragem precisa da Selic, que será decidida quarta-feira (16/06) pelo Copom (Comitê de Política Monetária). "A taxa, que voltou a crescer, não pode ficar num patamar que iniba investimentos, crédito e consumo. É necessário um equilíbrio entre a meta de controle inflacionário e o estímulo ao nível de atividade". Também é necessário prosseguir com as reformas estruturais, principalmente a tributária e a administrativa.

O dirigente da FIESP/CIESP ressaltou, ainda, que o Brasil precisa voltar a crescer pelo menos 4% ao ano para a recuperação do mercado de trabalho e uma ascensão da renda média. "Porém, só conseguiram isso os países que elevaram a participação da indústria no PIB acima de 20%, pois se trata da atividade que paga os salários mais altos, mais investe em pesquisa e aporte tecnológico efabrica produtos de alto valor agregado". Não é sem razão, portanto, argumenta Cervone, relatando o que tem ouvido como membro do B20, braço privado do G20, "que o setor seja o novo epicentro das disputas entre as potências econômicas".

Assim, "o Brasil precisa de uma política industrial, com planejamento e previsibilidade, baseada em P&D e que inclua linhas especiais de crédito, incentivos à produção conforme vocações regionais e mercadológicas e regime tributário incentivador aos investimentos voltados à inovação, incluindo os bens de capital", defende Cervone, citando números da Fundação Seade - Sistema Estadual de Análise de Dados, para reiterar o significado do setor: "No Estado de São Paulo, cujo parque industrial representa 30% do total brasileiro, o setor responde por 17,20% de todos os empregos formais e 21,12% do Valor Adicionado. Além disso, paga salário médio de R? 3.931,00, o mais alto dentre todos os setores. Também contribui de modo expressivo para as exportações estaduais anuais de U?S 51,72 bilhões".

Notícias relacionadas

Este site usa cookies do Google para fornecer serviços e analisar tráfego.Saiba mais.