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Profissão do Futuro? Ainda é, mas para ontem!

De exigência à vantagem competitiva: por que o profissional ambiental é, atualmente, a peça-chave na sua empresa

TS 247Ponto de Vista24 de julho de 2025 | Por: Portal TS
Profissão do Futuro? Ainda é, mas para ontem!

Por Juliana Mantovani, Engenheira Ambiental, proprietária da AIS Engenharia Ambiental.


Em 2003, quando decidi fazer Engenharia Ambiental, diziam que era a profissão do futuro. Eu já trabalhava com Gerenciamento de Áreas Contaminadas, então estava alguns passos à frente.

Entrei na segunda turma das Faculdades Oswaldo Cruz, em um curso ainda sem aprovação do MEC – um grande risco. Mas como dizem: “Sem riscos, sem glórias”. E foi assim que me aventurei.

Alguns anos já se passaram e, hoje, em 2025, começo a ver um movimento que me faz acreditar que o futuro que falavam naquela época está finalmente começando a chegar.

No meu dia a dia, ainda vejo que muitas empresas fogem do assunto, mas, sinceramente, o profissional do meio ambiente não pode mais ser só uma opção.

Ele precisa estar presente no processo, assim como acontece com a contabilidade. Você já viu uma empresa funcionar sem a contabilidade, seja equipe interna ou empresa especialista no assunto? Aposto que não! Com o meio ambiente, o raciocínio precisa ser o mesmo.

Enfim, não dá mais para pensar em crescimento, especialmente nas indústrias, sem alguém que cuide dessa área, de forma estratégica e constante.


Muito além dos relatórios

Em um passado recente, ouvi a seguinte frase:
“Já perdemos o primeiro round, pois o meio ambiente já sofreu demais em nossas mãos, entretanto, ainda temos chance no segundo.”

Achei essa frase perfeita. E, para virar esse jogo, é preciso de profissionais comprometidos e preparados.

O setor de meio ambiente é multidisciplinar por essência, não há espaço para individualismo. O profissional precisa saber trabalhar em equipe, respeitar diferentes áreas do conhecimento e manter o foco no bem coletivo, o que garante a efetividade dos projetos.

Quando se fala do setor como o da galvanoplastia, isso fica ainda mais evidente.

A galvanoplastia é uma atividade fundamental em diversos segmentos industriais, mas também é reconhecida pelo seu alto potencial poluidor. Em um cenário regulatório cada vez mais exigente, o profissional ambiental se torna essencial para garantir:

  • Conformidade legal

  • Segurança da operação

  • Preservação da imagem da empresa

A atuação desse profissional vai muito além da parte burocrática. Ele trabalha com prevenção, monitoramento e gestão de riscos, interpreta normas, dialoga com o time técnico e conecta as exigências legais ao dia a dia da operação — ou seja, garante que a empresa continue operando com segurança e sem multas.


Na prática, o profissional ambiental dentro da galvanoplastia atua diretamente em:

  • Elaboração de planos de monitoramento ambiental e gerenciamento de resíduos

  • Acompanhamento e atendimento das condicionantes do licenciamento

  • Treinamentos internos com a equipe operacional

  • Resposta técnica durante fiscalizações

  • Avaliação de passivos ambientais e definição de planos de intervenção, quando necessário

O grande diferencial está em antecipar riscos, reduzir custos com sanções e mostrar responsabilidade ambiental real para o mercado. Portanto, o profissional ambiental deixa de ser um ‘mal necessário’ e passa a ser um agente de transformação e geração de valor.


Desafio com propósito

Cada vez mais, o papel do profissional ambiental se expande para além da conformidade legal. Com o avanço das diretrizes ESG e a expectativa gerada em torno da COP30, o setor ambiental também passou a exigir profissionais capazes de atuar com:

  • Estratégia

  • Indicadores de desempenho

  • Gestão integrada

São esses profissionais que ajudam as empresas a transformarem metas ambientais em planos reais, com ações de:

  • Redução de emissões

  • Eficiência no uso de recursos

  • Ganhos concretos de imagem junto a clientes, investidores e sociedade

Entram os profissionais de sustentabilidade, analistas ambientais e gestores ESG, que trabalham lado a lado com as equipes técnicas para gerar resultados mensuráveis e não apenas relatórios.

Reduzir impacto e gerar valor ao mesmo tempo já é possível, mas exige gente preparada, atualizada e com visão de futuro.

Para quem está começando agora ou pensando em entrar nessa área, meu recado é simples:
Tem espaço, tem desafio e tem propósito.
Se você gosta de resolver problemas, quer deixar um impacto positivo no mundo e ainda ajudar empresas a crescerem do jeito certo, esse também pode ser o seu lugar.


Sobre a autora

Juliana Mantovani
Engenheira Ambiental formada pelas Faculdades Oswaldo Cruz (2007), com especialização em Gerenciamento Ambiental de Áreas Contaminadas pelo SENAC (2013).
Mestre em Ciências e Tecnologia Nuclear – Materiais pelo Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN/USP, 2018).
Proprietária da AIS Engenharia Ambiental, empresa com atuação focada em reabilitação de áreas contaminadas, prevenção de passivos e valorização ambiental de áreas industriais, comerciais e outros empreendimentos.

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