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SECAGEM DAS TINTAS INDUSTRIAIS


Orientações Técnicas 11 de novembro de 2021 | Por: Portal TS
SECAGEM DAS TINTAS INDUSTRIAIS
 
Consultor, Eritram Coatings

 

O presente artigo é uma republicação da Orientação Técnica, o original foi publicado na Edição 102 da Revista Tratamento de Superfície - Julho/Agosto 2000 - Página 6

 

Diversas foram as vezes em que fomos perguntados no decorrer destes anos de convívio com nossos leitores, de problemas de qualidade da pintura final que muitos tiveram em suas linhas de pintura.

Na grande maioria das vezes o problema está no processo de aplicação e seu controle, uma vez que a tinta na forma como fornecida é uma parte apenas no que chamamos de revestimento orgânico.

Dentre das operações unitárias que fazem parte de um processo de pintura, uma delas que se dá pouca atenção ou  há variações em demasia no decorrer do tempo, é o processo de cura do filme de tinta. Parece-me que quando uma peça entra em uma estufa, nós hibernamos em uma total letargia acreditando que dentro daquela caixa enorme e quente está se processando algo de pouco valor ou que a simples conferencia final de aparência da peça pode estar determinando a qualidade total da reticulação ou secagem da tinta. 

Mesmo aqueles que efetuam testes rotineiros mais sofisticados como resistência a solventes e propriedades mecânicas entre outras, podem estar deixando passar dento de seu processo peças de qualidade inferior ao que o material poderá oferecer.

O processo de secagem interfere entre outras, nas propriedades físicas de dureza, flexibilidade, resistência a pequenos impactos, aderência e retenção de brilho, além da aparência, estabilidade de cor e resistência química.

O processo de cura quando não atinge o especificado, pode dar origem a  um filme de tinta quebradiço, de pouca aderência ou baixa resistência ao ataque de produtos químicos. As peças sofrerão mais com o uso ou a exposição às intempéries. Baixa reticulação poderá interferir no brilho e aspecto, com filmes mais irregulares muito brilhantes e de pouca dureza superficial. 

Já filmes de tinta sobre curados, podem perder a elasticidade, quebradiços, com baixas propriedades mecânicas, variação de cor, e de pouco brilho.

Outra variável importante no processo de cura é a curva de temperatura que a peça é submetida. As tintas líquidas necessitam de uma rampa de secagem  específica afim de eliminar todo o componente volátil do filme, antes de reticular-se, evitando assim o aparecimento de defeitos,  tais como aos que chamamos vulgarmente de fervura que é  simplesmente a formação de pequenos vulcões provocados pela evaporação muito rápida do solvente da tinta, entre outros.

Alguns tipos de revestimentos como a eletroforese, ou tinta a pó, apesar de serem menos afetados no quesito aparência, sofrem os mesmos problemas das liquidas quanto a reticulação. 

As tintas de tecnologias mais elaboradas, necessitam de tempo e temperatura específicos para desbloquear radicais químicos responsáveis pela sua reticulação, sendo que todas elas podem apresentar uma cura não uniforme entre superfícies externas e internas, provocando também baixa qualidade do artigo pintado.

A uniformidade de calor que a peça recebe em toda a superfície é outro importantíssimo fator na qualidade de um de terminado objeto. Muitas vezes as peças apresentam-se bem curadas na parte externa visível e nas áreas internas onde muitas vezes se inicia o processo de deterioração de um determinado bem, onde como já mencionado, está  mal curada com pouca ou nenhuma propriedade sendo atingida. 

Sendo assim, o perfeito controle de secagem de uma tinta, acrescidos aos testes rotineiros que acima mencionamos, os quais deverão ser customizados dependendo da exigência ou tipo de peça, exigirá também um controle em tempo real na condição de cura dentro da estufa.

O uso de registradores rotineiramente aferidos com seus termopares  bem localizados mais medições periódicas da temperatura de metal versus seu tempo de exposição através de termógrafos, assegurarão um perfeito controle do processo. 

Quanto a estes equipamentos, hoje em dia estão disponíveis no mercado diversos tipos de termógrafos, alguns bastante sofisticados tendo interação com softwares que oferecem informações bastante interessantes do que está ocorrendo durante a cura.    

Hoje em dia com os programas de qualidade sendo largamente implantados, e a melhoria no nível de formação profissional das pessoas que operam uma linha de pintura, pode-se estabelecer um sistema de qualidade que controla, corrige e assegura a máxima performance de um determinado revestimento.

 

 

 

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