Como realizar a medição do grau de corrosividade da Câmara de Salt Spray / Névoa Salina, validando os resultados.
Este procedimento é necessário para verificar o correto funcionamento da Câmara de Névoa Salina (popularmente conhecido “Salt Spray”), e validar um correto resultado de ensaio.
Este procedimento é baseado no item 5 da norma DIN EN ISO 9227 “Method of evaluation of the Corrosivity of the cabinet ” e das normas ASTM B 117 e ABNT NBR 8094.
1. Cuidados Gerais
A manipulação dos produtos envolvidos deve ser feita sempre com equipamentos adequados de segurança. É indispensável o uso de luvas, avental de manga longa e óculos de proteção.
O contato com a solução de limpeza dos cupons ou mesmo com os produtos formados durante o processo (corrosão),podem causar irritação à pele.
Olhos:
É necessário cuidado especial com os olhos, pois a solução de limpeza pode causar irritação ocular grave.
Enxaguar com excesso de água por vários minutos. Percebendo irritação consultar um médico
Pele:
Caso ocorra contato com a pele, lavar com sabão e água abundantes. Consultar um médico em caso de irritação cutânea.
Consultar as fichas FISQ para detalhes.
2. Material necessário :
- Para verificação do grau de corrosividade do equipamento, devem ser utilizados pelo menos quatro padrões de referência ( Cupons de teste – CP ) com as dimensões de 150 mm x 70 mm e espessura de (1,0 ± 0,2) mm, podendo ser utilizados um número maior de padrões de referência em função do tamanho da câmara. Esses padrões devem ser confeccionados em aço EEP grau 3 e EEP grau 4 conforme ABNT 5915-2. Os padrões de referência devem ser obtidos a partir de uma única chapa ou tira. Deve-se possuir a rastreabilidade da composição química do material. Os padrões devem ter uma rugosidade superficial Ra de 0,8 μm ± 0,3 μm.
- 200 g de citrato de amônio dibásico.para preparação de solução 20% de limpeza, ou solução de similar função..
3. Determinação da Área Exposta.
- As dimensões dos padrões devem ser medidas com instrumento de medição com resolução de 0,1 mm, como por exemplo um paquímetro. A área final deve ser calculada em metros quadrados (m2).
4. Cupons de Teste – Preparação Inicial
- Antes de iniciarmos o procedimento é necessário verificar se cada cupom possui a fita plástica de proteção em suas duas faces, caso alguma amostra esteja corroída (manchada de vermelho) ou sem um dos adesivos, descarta-la do teste para evitar grandes divergências.
- Feita a inspeção, existe uma identificação em uma das faces de cada cupom. Remover a fita do lado sem número de identificação.
- Após remover a devida fita, limpar a chapa com desengordurante industrial e posiciona-la em um suporte de acordo conforme item “3. Disposição dos cupons dentro da câmara”.
Figura 1: Aparência inicial aceitável para os cupons de ensaio.
5. Disposição dos cupons dentro da câmara
- Cada cupom fica com a face descoberta voltada para cima, a parte coberta pela fita adesiva deve estar para baixo. São apoiados sobre suporte inerte de forma que sua inclinação seja de 70 a 85 grausde inclinação com a horizontal.
- A face voltada para baixo será a face gravada com número de identificação.
- Se possível é interessante acompanhar a taxa de coleta durante o teste, dispor nesse caso os coletores próximos aos cupons, sem que ocorram respingos do cupom ao coletor.
a)
b)
Figura 2: a) Esquema de como deve ocorrer a precipitação de névoa sobre cupons;
b) Exemplo de disposição, cupons e coletores de névoa.
6. Condições durante o teste
É de grande importância que antes do teste de perda de massa ser iniciado sejam verificadas todas as condições pertinentes ás normas de ensaio ISO 9227 NSS, ASTM B 117 ou ABNT NBR 8094.
Condições como a manutenção da temperatura, taxa de coleta de névoa e sua uniformidade pela área útil de ensaio, além disso, a composição da solução deve estar de acordo, caso não esteja, o teste não pode ser feito corretamente.
Brevemente, durante o teste de perda de massa a câmara deve estar calibrada para que sem dificuldades consiga manter as condições mostradas em Tabela 1.
Tabela 1: Resumo das condições a serem mantidas durante o teste.
7. Limpeza dos Cupons após Período de Teste – Preparação Final
- Transcorridas 48 horas, os cupons devem ser retirados da câmara e a fita restante removida.
- Realizar limpeza com brasão leve em água corrente, com uma esponja de lavar louças ou escova, antes de colocar as amostras em solução.
- As amostras devem ser imersas em solução de limpeza de modo que não haja contato entre elas. A solução de limpeza indicada na norma ISO é uma solução 20%M.M de citrato de amônio (NH4)2HC6H5O7. Sua função é dissolver os produtos de corrosão aderidos à superfície dos cupons de teste. Preparar esta solução dissolvendo as 200g do produto em 800 ml de água. Outra opção é utilizando uma solução de HCl 1:1 com a adição de 3,5 g/L de hexametilenotetramina como inibidor de corrosão.
- Caso reste alguma mancha ou pontos mais profundos de corrosão, repetir o passo 2 e 3 a cada 10 minutos.
- Quando visualmente não forem mais notados produtos da corrosão pela superfície das placas, podemos fazer uma última limpeza com água e seca-las com tecido umedecido com álcool 98% ou secador de ar quente. Não deve conter gotículas de água na superfície da chapa, pois isso irá atrapalhar a pesagem.
- Após devidamente secas as placas podem ser pesadas. A balança é tipicamente analítica/semi-analítica.
- Registrar o peso final correspondente a cada cupom.
8. Determinação da perda de massa por unidade de área dos padrões.
A perda de massa por unidade de área dos padrões da câmara de ensaio é determinada pela seguinte equação:
Onde:
Δm = perda de massa por unidade de área em g/m2
m1 = massa inicial em g
m2 = Massa final em g
A = Área em m2
A corrosividade da câmara de ensaio é considerada satisfatória se a perda de massa por unidade de área de cada padrão de referência estiver dentro das faixas descritas na Tabela 3.
Tabela 3 – Faixas de perda de massa por unidade de área dos padrões permitidas durante a verificação da corrosividade da câmara de ensaio
9. Considerações finais
Descarte
- Para o citrato de amônio dibásico, o descarte deve estar de acordo com a ficha FISQ do produto.
- As chapas devem ser enroladas em plástico, e descartadas em lixo apropriado para metais.
Nota: Havendo dúvidas, por favor, entrar em contato com a BASS bassequipamentos@bass.com.br