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DANOS NA PINTURA EM BENS DURÁVEIS


Orientações Técnicas 06 de outubro de 2021 | Por: Nilo Martire Neto
DANOS NA PINTURA EM BENS DURÁVEIS
 
Consultor, Eritram Coatings

 

O presente artigo é uma republicação da Orientação Técnica, o original foi publicado na Edição 96 da Revista Tratamento de Superfície - Julho / Agosto 1999 - Página 6

 

A tecnologia de tintas aplicada aos bens de consumo duráveis como os automóveis e eletrodomésticos tem recebido grande impulso através de produtos ecológicos, mais resistentes e de melhor aparência. Brilho, distinção de imagem, profundidade, alastramento, cores mais vivas e com multi efeitos (flip/flop effect) devidos a novos tipos de pigmentos ou por alumínio e pérola com diferentes tratamentos superficiais, tem dado aos estilistas e profissionais de marketing grandes possibilidades de diferenciação em seus produtos.

Em caminho contrário, estão as agressões que o revestimento sofre através do dia a dia via ataques ácidos provenientes do aumento na poluição atmosférica; danos físicos determinados pela lavagem do veículo em condições não adequadas e também deterioração causada por secreções de insetos, pássaros ou  ainda pelos materiais resinosos que  caem  de árvores e vegetação urbana. Muitos destes danos quando causados, não serão mais removidos sem que haja um  reparo total da área afetada.

Para entendermos melhor os fatores que deterioram um filme de tinta, podemos dividir as causas dos danos de pintura em 4 tipos principais, ou seja:

  • Danos mecânicos, causados, por exemplo, por batidas de pedras; riscos; pequenos choques; maquinas de lava-rápido; materiais aderidos tais como cimento, piche, etc.
  • Danos pela ação natural do tempo, tais como descoloramento, perda de brilho, corrosão, micro fissuras, etc.
  • Danos pela ação de agentes químicos, causados pela poluição industrial e urbana, ultimamente muito sobrecarregada ou mesmo por ação direta de outros agentes agressores como ácidos, produtos cáusticos e solventes orgânicos.
  • Danos por ação biológica, como as causadas por gotas de resinas que caem das arvores ou por folhas soltas da vegetação ou ainda por secreções de insetos e pássaros aderidos à pintura.

Em relação aos danos mecânicos, estes têm crescido de importância, principalmente porque com as novas configurações dos veículos melhorando a aerodinâmica, aumentaram os danos causados pelo impacto por batidas de pedras em áreas frontais. Em razão disto, tem-se observado aumento na corrosão cosmética devido a estas pequenas agressões.

Outro fator importante de deterioração na pintura são os riscos provocados pelo vandalismo urbano ou mesmo por pequenos choques em estacionamentos, ou ainda mais grave, os causados por lava-rápidos que utilizam escovas desrreguladas ou  muito gastas.

Já os danos causados pela ação do tempo, estes são provocados principalmente pela alta concentração de umidade, sais e poeira, temperatura ou radiação ultravioleta, além da ação constante de agentes atmosféricos agressores. Nestas condições e dependendo do tempo de exposição o revestimento sofre constante deformação provocada pela dilatação e permeabilidade do filme, por onde acaba infiltrando agentes agressores provocando assim, microfissuras, destacamento da película e corrosão subcutânea agredindo diretamente o substrato metálico.

No caso do verniz final, este perde o brilho acrescido à deterioração da parte pigmentada a qual perde o tom e intensidade, provocando no veículo um aspecto ruim depois de algum tempo uso.

Os danos causados pelos agentes químicos são muito variados onde o mais grave deles é aquele provocado pela dita "chuva ácida", existentes em  cidades com atmosfera muito poluída apresentando grande concentração de HNO3, H2SO4 e H2SO3.

Muitos líquidos usados rotineiramente na limpeza das carrocerias podem parecer inofensivos mas são fortes agentes agressores provocando manchas e até mesmo removendo parte do revestimento e como consequência, danos irreversíveis à pintura.

Entre eles estão, por exemplo, algumas naftas, o etanol; isopropanol; determinados tipos de fluído de freio, graxas óleos lubrificantes, produtos de limpeza de pára-brisas; agentes cáusticos como sabões e detergentes, etc. 

Por último existem os danos provocados pela ação biológica, onde as substancias orgânicas como a pancreatina contida em ovos do inseto libélula, por exemplo, ou secreções de outros insetos e pássaros, fermentam sobre a ação de calor, reagindo com o revestimento orgânico danificando assim, de uma forma irreparável toda a pintura. Estes fatores agressores são de difícil eliminação pois variam de região para região ou do tipo de inseto.

Já com os resíduos provocados por secreções de arvores, sabe-se que aquelas originadas pela acácia são bastante agressivas à pintura do veiculo. Em países tropicais onde a vegetação é exuberante e há existência de forte radiação solar, o defeito provocado pela vegetação é bastante importante.

O lado positivo de toda esta problemática, está no fato de que os fabricantes de tintas têm constantemente oferecido novas versões de produtos cada vez mais resistentes às citadas agressões fazendo com que o veículo tenha assim, mais longevidade e maior valor na revenda.

 

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